Embora a CLT proíba qualquer forma de discriminação contra o candidato, o CPF negativado ainda é um empecilho na busca por recolocação profissional. Entenda.
No Brasil, milhões de pessoas carregam o peso de estar com o CPF negativado. Mais do que uma simples restrição no acesso ao crédito, essa condição se transforma em um obstáculo cruel na busca por um emprego. Por mais que a legislação proíba atos discriminatórios, candidatos com o nome sujo ainda têm dificuldades de conseguir emprego.
Por que o CPF negativado pode atrapalhar candidatos que buscam recolocação no mercado de trabalho?
Segundo a pesquisa Global Investor Pulse, realizada pela BlackRock, 58% dos brasileiros apontam o dinheiro, ou a falta dele, como a principal causa de estresse. Além disso, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 80% das pessoas com CPF negativado sofrem impacto emocional negativo devido às dívidas.
Sentimentos como ansiedade, estresse, irritação, tristeza, desânimo, angústia e vergonha são comuns. Isso pode resultar em falta de autoconfiança e desmotivação, afetando o desempenho no mercado de trabalho. Durante a busca por um emprego, esses impactos emocionais podem levar à aceitação de propostas de trabalho sem reflexão adequada, agravando a situação financeira e emocional.
No entanto, existe um problema ainda maior na busca por emprego quando se trata do CPF negativado.
Empresas podem consultar o CPF do candidato antes da contratação?
Sim. A consulta do CPF para verificar restrições de crédito não é proibida durante o processo seletivo, mas utilizar essa informação como critério único para eliminar um candidato é considerado uma prática discriminatória e ilegal.
Até 2010, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) autorizava instituições financeiras a dispensar candidatos com CPF negativado e até demitir por justa causa funcionários com dívidas. Porém, essa prática foi proibida desde então.
Em 2012, uma decisão inédita do Tribunal Superior do Trabalho deu ganho de causa a um empregador que eliminou um candidato inadimplente, justificando que a vaga demandava controle das finanças da empresa. Embora rara, essa decisão abriu precedentes para outras similares, mostrando que o nome sujo pode, sim, impactar a contratação.
O que diz a lei contra a discriminação?
A Lei 9.029/1995 proíbe a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso ou a manutenção da relação de emprego. Isso significa que o empregador não pode negar uma vaga de emprego com base no histórico de crédito do candidato. Contudo, na prática, o CPF negativado ainda é usado como critério de eliminação em muitas empresas.
Como limpar o nome com as restrições na busca de emprego?
Buscar alternativas para sair da inadimplência é essencial. Hoje, negociar dívidas pode ser feito de forma simples e sem burocracia, por meio de empresas que oferecem soluções de negociação online, como a Serasa.
Além disso, conteúdos sobre educação financeira podem ajudar a virar o jogo de quem tem o CPF negativado. Dicas de economia, planejamento financeiro e produtos e serviços adequados ao perfil podem ser grandes aliados para organizar as finanças e alcançar a tranquilidade financeira.
Empreendedorismo
Por fim, se cadastrar como MEI (Microempreendedor Individual) é a melhor alternativa para quem tem o CPF negativado e busca por oportunidades profissionais. Nesse caso, o brasileito poderá atuar como autônomo, tendo uma flexibilidade maior. Além do mais, não haverá a consulta de seu CPF antes de uma contratação.
